terça-feira, 23 de novembro de 2010

Casa dos 500 Anos de História em Cabo Frio - Local do Evento

Este é o local onde será lançado o Livro Trissomia 21 



Programação do Evento

Jornada Cultural ARTPOP
PROGRAMAÇÃO E INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS

Data: 04 de Dezembro
Local: Casa dos 500 Anos
  Rua Coronel Ferreira, nº 141 - Portinho - Cabo Frio – RJ

13h – Recepção com credenciamento e cadastramento de doação de material acadêmico
Local: Entrada do Jardim
14h – Abertura da Exposição dos Acadêmicos e Entrega de Certificados de Doação
Local: Salão Principal
15h – Cerimônia de Posse dos Neo-Acadêmicos
Local: Salão 2º Andar
16h – Entrega de Homenagens da ABRAFARM - Academia Brasileira de Farmácia Militar, Presidida pelo Marquês Dom Dr. Júlio Queiroz
Local: Salão 2º Andar
16h30min – Sarau Acadêmico: Apresentações Artísticas (Música – Teatro – Dança - Pintura) Intercaladas com Lançamentos Literários previamente agendados
Local: Palco Externo - Jardim
19h30min – Entrega de certificados de participação na Jornada Cultural de 2009.
Local: Palco Externo - Jardim
20h – Bingo Acadêmico com Sorteio de Brindes
Local: Palco Externo - Jardim
22h – Término do evento

Atividades que acontecerão durante todo o cronograma:

Sala de Autógrafos para Lançamentos Literários
Demonstração de Catálogo ARTPOP para Adesão
Fotografo para realizar a Foto Oficial Acadêmica individual (Paramentado)
Grupo de Artistas pintando ao ar livre (tragam os seus materiais e participem!)
Feira de Artesanato realizada pelo Grupo 100% Artesão
Quiosque de Alimentação à disposição para a compra de bebida, minutas e lanches




Programação de Domingo - Dia 5 de dezembro

09h - Ponto de encontro – Casa dos 500 Anos
9h30min - Saída de Cabo Frio rumo à Arraial do Cabo
10h – Passeio de Barco em Arraial do Cabo, com parada para banho.
         (cortesia da Academia)
14h - Almoço no Restaurante Bacalhau do Tuga
         (Custo médio da refeição por pessoa – 25,00)


Informamos que aqueles que desejarem fazer o passeio de barco, devem se inscrever até dia 29 de novembro, segunda feira.
Para que possamos dar conforto e segurança a todos, precisamos saber com certa antecedência, a quantidade exata de pessoas que participarão do passeio. Portanto, conto com a agilidade de todos os interessados para confirmar a participação e a quantidade de acompanhantes.
Lembramos que após o passeio, almoçaremos no restaurante Bacalhau do Tuga, na beira da Praia. Aqueles que preferirem poderão apenas fazer o passeio de barco.
O Passeio de barco não possui custo e é uma cortesia da ARTPOP.




Acompanhe o evento pelo TWITCAM ao vivo a partir das 14:00 horas.

Convite enviado pela Diretora da Academia de Artes de Cabo Frio
Dyandreia Portugal a Eunice Routhe

domingo, 21 de novembro de 2010

Flickr Trissomia 21

Criei um Flickr para o Trissomia 21, lá eu irei postar as fotos dos lançamentos do livro. Fiz o Flickr para não colocar as fotos aqui no blog porque ia ficar muito pesado.

Para acessar o Flickr do Trissomia 21 clique aqui

Por enquanto ainda não há fotos mas vou colocar as fotos conforme os lançamentos

Obrigada =D

sábado, 20 de novembro de 2010

Eunice Routhe autografando o Livro Trissomia 21 para Thaluane
Eunice e Thaluane no dia da entrega do Livro Trissomia 21

Conto: Q.I

Autor: Gabriel Rodrigues

Numa cidade chamada Caipora, localizada no estado de São Paulo, havia uma moça chamada Jurubébah. Ela era loira, tinha olhos azuis e de estatura média. Morava nessa cidade com sua mãe, onde a população girava em torno de dez mil habitantes.Jurubébah era filha única.A vida das duas era muito difícil, pois elas tinham que trabalhar muito para sustentar a casa e ganhavam muito pouco dinheiro.

O sonho de Jurubébah era estudar em uma Universidade. Mas, as dificuldades financeiras faziam com ela se sentisse desanimada. Principalmente, porque ela não tinha condições de comprar um computador mais moderno e de melhor desempenho para estudar.

O computador que ela tinha era movido a carvão. Para funcioná–lo era necessário girar uma manivela várias vezes. A internet não era diferente. Para navegar, ela tinha que ter uma antena de alumínio – de um metro de altura – fincada no chão próximo do seu computador, e, com uma palha de aço colocada na ponta do alumínio.  

 A palha de aço, por ser em forma de espiral, recebe as ondas emitidas por um transmissor, o qual é responsável pelo sinal enviado através do ar. A palha de aço ajuda também, a manter o sinal em uma mesma posição. Evitando–se assim que ele sofra ondulações. Com isso, as distorções de imagens desaparecem e melhora a velocidade de navegação. Caso contrário, era impossível Jurubébah navegar na internet.

Certo dia, Jurubébah estava navegando na internet, quando viu um anúncio  a respeito de um exame nacional  chamado HERTZ divulgado em um site jornalístico.
Esse exame tinha o objetivo, de selecionar os melhores estudantes – que tivessem uma boa pontuação – a ingressarem em uma Universidade Estadual ou Federal.   
Tanto o Governo Estadual como o Governo Federal ofereciam: alimentação, moradia e transporte. Todas essas despesas seriam pagas por eles.

Foi numa  quarta–feira, quando Jurubébah visualizou esse anuncio, e, o exame estava marcado para o próximo Domingo. Ela tinha, então, somente quatro dias para estudar. Mais que depressa, ela começa estudar 24 horas por dia.  Afinal, era uma oportunidade de realizar o seu sonho. Por isso, não mediu esforços para se empenhar nos estudos.

Os quatro dias se passaram e o domingo chegou.
Jurubébah estava muito nervosa. Não conseguiu deixar sua ansiedade de lado, mesmo estando preparada para fazer aquele exame.  
Com muita atenção, ela responde as questões e verifica várias vezes se as respostas estavam certas.
Ao término do exame, ela escreve o seu nome no gabarito e entrega sua prova.
Suas mãos, estavam trêmulas no momento em que ela entregou a prova para o supervisor da sala. Ele percebeu o seu nervosismo e disse.
– Fique calma. Tudo vai dar certo – disse ele a sorrir.
– Eu preciso muito passar nesse exame – disse ela preocupada ao rapaz.
– O resultado sai na próxima semana. É só aguardar – disse ele conferindo o seu exame.
– Você sabe o dia exatamente? – perguntou Jurubébah.
– Na sexta–feira. Você receberá o informativo pelo correio.
– Muito obrigada – disse ela ao sair da sala.

A sexta–feira demorou a chegar para Jurubébah. Nunca ela tinha ficado tão ansiosa na sua vida, como ela ficou naquele momento.
Durante a semana, ela não conseguiu dormir direito e nem se alimentar como deveria.
Na sexta–feira, ela não saiu de casa de jeito nenhum. Ficou esperando o carteiro trazer a resposta do seu exame.

Não demorou, e, o carteiro aparece na sua casa e lhe entrega um envelope lacrado em seu nome.
Rapidamente, ela abre o envelope, e começa a procurar o seu nome na lista de classificação. Para sua surpresa, ela não tinha passado no exame. 

Para piorar a situação, espalha–se um comentário na cidade de Caipora, onde dizia que Jurubébah era burra e que não tinha capacidade de passar, com bons resultados, em um exame daquele porte.

Jurubébah, deprimida com o comentário, resolve fazer um novo exame. Só que, o próximo exame HERTZ seria somente no ano seguinte. Mesmo assim, ela fez novamente sua inscrição.

– Agora eu vou ter mais tempo para estudar. – Eles vão ver quem é burra.
No decorrer dos meses, ela se dedicou em tempo integral aos seus estudos. Seu quarto virou uma pequena biblioteca, e, o seu velho computador passou a ser tão útil quanto aos livros que ela lia.  

Um ano se passou, e Jurubébah estava mais preparada para fazer o exame novamente. Estava mais segura, mais confiante de si mesma.

Alguns dias depois, após o término do exame, ela recebe novamente um envelope lacrado em seu nome.
Apreensiva para saber logo o resultado, ela o abre rapidamente e leva um susto.

– MÃE!!!! – grita Jurubébah ao chamar pela sua mãe.
– O que é menina? Precisa gritar desse jeito? – responde sua mãe indignada com o seu grito.
– MÃE, MÃE!!!!... – tornou a chamar Jurubébah, aos gritos pela sua mãe. Ela estava tão ofegante que não conseguia falar.
– Pare de gritar, filha. Fala logo? O que aconteceu? – pergunta sua mãe zangada.
– Eu passei... – disse Jurubébah quase sem ar.
– Passou em que? – insistiu sua mãe ao querer saber no que ela havia passado.
Jurubebah ainda não conseguia responder. Ela resolve, então, tentar se acalmar primeiro, para depois falar com sua mãe. Sua euforia estava irradiante.
– Calma, Jurubébah! – disse sua mãe. – Você está muito eufórica!
Depois de um tempo, ela conseguiu se acalmar e disse a sua mãe.
– Eu consegui passar no exame de HERTZ em primeiro lugar.
– VERDADE, FILHA!? – falou sua mãe feliz, sem acreditar no que ela estava dizendo.
– Verdade. Olha o resultado. – Jurubébah mostra o resultado para sua mãe, que ficou muito feliz ao ver a classificação da filha.
As duas se abraçaram e deram sonoras risadas de alegria.
– Agora eu provei a eles que eu tenho capacidade de passar nesse exame, todos podem, basta apenas se esforçar muito! – disse Jurubébah sorrindo.
– Isso mesmo, filha. Você mostrou que não é burra e nunca foi. Estou muito orgulhosa de você.

Todos na cidade ficaram sabendo o resultado do exame de Jurubébah.
Finalmente, ela conseguiu respeito e consideração daquele povo que havia dado muitas risadas dela.

Jurubébah se ingressou em uma Universidade Federal chamada Track Pack, que ficava na cidade de Chiliki.
Para não deixar sua mãe sozinha, ela resolveu levá–la junto.
Ela alugou uma casa, próximo a Universidade onde ia estudar para sua mãe morar.  Assim, quando ela tivesse tempo, poderia ir visitá–la.

Todas as despesas do curso foram pagas pelo Governo Federal. Além dos recursos oferecidos, incluíram também: livros didáticos, cadernos e apostilas que se fizessem necessários.

Jurubébah disse aos seus novos amigos que: “Ninguém é burro. Basta se dedicar para atingir os seus objetivos. Tudo o que fizer, faça bem feito para não se arrepender depois. Procure fazer as coisas com amor. Valorize os seus estudos e agradeça a pessoa que estiver dando a você uma oportunidade de estudar."

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Conto: A Realização De Um Sonho

Autora: Camila Almeida


Havia uma moça que se chamava Gabriela. Ela era muito bonita. Tinha olhos azuis, loira, de cabelos lisos e compridos. Era magra, e, também, tinha um sorriso encantador.  
Ela tinha 18 anos e morava com sua família em uma fazenda.
Essa fazenda era de um homem muito rico, o qual, também, era dono de muitas terras na cidade de Abiacara, região de Mato Grosso do Sul.
Sr Paulo, como era chamado, arrendou uma de suas terras para o Sr João pai de Gabriela, com o intuito de cultivar café e hortaliças. O acordo foi firmado mediante um contrato, onde dizia que, 80% dos lucros seria do proprietário, e 20% do Sr João.
A porcentagem do Sr João fez com que ele acumulasse uma dívida com o Sr Paulo, pois as despesas com o plantio eram muito grandes.
Sr João, praticamente, não tinha lucro. A única vantagem do arrendamento daquelas terras, era a casa que o proprietário cedia para ele morar com a família, que por sinal, era uma casa muito humilde. Fora isso, Sr João não recebia mais nenhum benefício.

Com o tempo, a dívida do Sr João foi aumentando. Mas, o Sr Paulo, apenas o cobrava quando ele precisava de dinheiro.  Ele sabia que o Sr João, raramente, tinha dinheiro para pagá–lo. As despesas com a sua filha Gabriela lhe tomavam quase todo o seu orçamento.  

Gabriela sofreu um acidente quando ela tinha  6 anos. Seu pai bateu o carro numa árvore, quando ele estava voltando da igreja, e, Gabriela estava sem o cinto de segurança. Com isso, ela teve problemas na coluna e não pode mais andar. Mas, ela nunca se sentiu infeliz por causa disso. Pelo contrário. Ela era muito feliz e tinha esperança de poder voltar a andar um dia. Os médicos disseram, na ocasião do acidente, que se ela fizesse sessões de fisioterapia, as chances de ela voltar a andar eram muito boas. No entanto, ela nunca fez nenhuma sessão de fisioterapia devido à distância de onde morava, e, também, o valor. Era um tratamento muito caro e jamais o Sr João pôde pagar.

A vida, também, não lhe deu oportunidade de estudar. Apesar de ser inteligente, ela não teve condições de frequentar uma escola especial. A única escola que ela poderia ter frequentado ficava na capital. Uma distancia de 500 kilometros das terras de onde morava. Impossível para quem tinha uma vida financeira tão difícil. Mesmo assim, ela não desanimou.

Gabriela tinha mais duas irmãs.  Célia de 16 e Tamara de 15 anos. As duas trabalhavam na lavoura junto com a sua mãe Dna Maria e o Sr João.

Certo dia, Gabriela estava na sala assistindo televisão, quando de repente ela começa a ouvir uma conversa entre os seus pais. Eles estavam no quarto conversando de porta fechada. Ela mais que depressa, se próxima da porta e ouve o que estavam falando. Apesar de a porta estar fechada, ela conseguiu ouvir perfeitamente.

– Maria. Nós vamos ter que trabalhar em dobro ou, caso contrário, nossa filha vai ter que trabalhar também – disse Sr João preocupado.
Gabriela continuou quieta, ouvindo a conversa. Quando Sr João se referiu a “nossa filha”, ela deduziu que só poderiam estar falando sobre ela, pois era a única que não trabalhava na casa.

– Isso é impossível – disse Dna Maria indignada com o comentário do Sr João. 


– Temos que tomar alguma providência. A dívida está aumentando – disse Sr João um pouco alterado.

– Eu sei. Mas, não há o que fazer. E, também, não podemos sobrecarregar as outras meninas. Elas têm escola, estão sem tempo para trabalhar mais do que já estão trabalhando. Além do que, elas são menores de idade. Isso é injusto! – disse Dna Maria ainda abismada.

Gabriela se entristeceu ao ouvir a conversa dos pais. Ela se sentiu um estorvo na vida deles. Uma pessoa a mais para sustentar e uma a menos para ajudar. Sem esperar a resposta do pai, ela se dirigiu para a cozinha em lágrimas e falou em voz alta.

– Eu posso trabalhar como faxineira na casa do Sr Paulo – disse ela surpresa com a idéia que teve.

Sem Gabriela esperar, seus pais estavam atrás dela na cozinha e escutaram o que ela havia falado. Eles perceberam que ela tinha escutado a conversa que haviam tido no quarto.

– Não. Definitivamente não – disse Sr João decidido.

Dna Maria levou um susto ao ouvir o comentário da filha. Em prantos e sem conseguir consertar a situação, Dna maria sai correndo da cozinha e vai para o quarto. Tudo o que ela menos queria, era que a filha se sentisse rejeitada pela família.

– Por favor, pai? Eu posso trabalhar – disse Gabriela.
– Eu não quero ouvir mais nada – disse Sr João retirando–se com uma xícara de café na mão.

Passou–se um mês, e, ninguém havia mais tocado no assunto a respeito de Gabriela trabalhar como faxineira.
A única esperança de ela poder ajudar a família e de ficar próximo ao seu amor, tinha sido recusada.

O amor de Gabriela era o filho do Sr Paulo. Ele se chamava Hugo e tinha a mesma idade dela.

Hugo era um homem muito bonito, com um corpo bem definido devido aos exercícios físicos que praticava, mas, aparentemente, orgulhoso. Não se misturava com os empregados do seu pai.
Desde criança, Gabriela era apaixonada por ele. Ela pensava que um dia, Deus iria dar uma oportunidade de Hugo notá–la como mulher.
Não demorou, e essa oportunidade chegou.

Sr Paulo havia somado o valor da dívida do Sr João, e viu que, a cada dia a dívida aumentava. Então, para que ele começasse a pagá–lo, ele decidiu que Gabriela poderia trabalhar na sua casa – como faxineira – para amenizar o valor da dívida com o seu salário.  Sendo assim, Sr Paulo foi comunicar ao Sr João a decisão que tomara.

– João? – chamou Sr Paulo.
– Sim, senhor?  – respondeu Sr João humildemente.
–  Eu gostaria de conversar com você? A sós, se possível – disse Sr Paulo firmemente.
– Aconteceu alguma coisa, Sr Paulo? – perguntou Sr João curioso.
– Sim, mas não é nada grave – respondeu Sr Paulo prontamente.
As duas irmãs, logo em seguida, levaram Gabriela para o campo deixando–os as sós para que pudessem conversar em particular.
– João – começou o Sr Paulo a falar. – Eu estive pensando em uma maneira de você começar a me pagar.
– Como, senhor?
– Gabriela pode trabalhar de faxineira na minha casa. Assim, o que ela ganhar será revertido para amenizar sua dívida. O que você acha?
– Nossa! O senhor adivinhou o pensamento dela! – disse Sr João surpreso. – Há um mês, exatamente, ela comentou a respeito disso.
– Você concorda então? – perguntou Sr Paulo.
– Não, senhor. Ela não vai conseguir trabalhar. O que ela poderá fazer numa cadeira de rodas?
– Muitas coisas. Serviços leves dentro do seu limite.
Sr João abaixou a cabeça e perguntou.
– Eu... Não tenho alternativa, senhor?
– Não. Por enquanto não. Essa é a única alternativa.

Sem contestar, Sr Joao concorda com o Sr Paulo.
A notícia é anunciada a família assim que voltaram do campo. As irmãs ficaram chocadas com a proposta do Sr Paulo.
– Impossível, pai! – disse Tamara. – O que ela vai conseguir fazer?
Gabriela, então,  intervém.
– Eu quero trabalhar. Posso não andar, mas tenho braços – disse Gabriela gesticulando os braços.
– Você está louca? – Perguntou Célia.
– Não. É isso mesmo o que eu quero. – Ela falou normalmente sem demonstrar surpresa com a situação. Mas, no seu coração, ela estava irradiante por saber que iria estar ao lado do homem que amava.
Dna Maria ficou indignada, e tentou impedir de qualquer maneira que Gabriela fosse trabalhar na casa do Sr Paulo.
– Você não pode concordar com isso, João – disse Dna Maria exaltada.
– Eu não tenho escolha. Não temos como pagar a dívida – falou Sr João aborrecido.
– Então... Foi você que falou com Sr Paulo sobre essa idéia absurda?
– Não. Por incrível que pareça, foi o Sr. Paulo que teve essa idéia – disse Sr João.
– Nós já havíamos discutido sobre isso, e você tinha concordado de ela não trabalhar – insistiu Dna Maria.
– Eu sei. Mas, essa foi à única maneira que nós encontramos para eu começar a pagar essa dívida. Parece que o Sr Paulo adivinhou o pensamento de Gabriela.  
– Disso eu não tenho dúvida – disse Dna Maria ainda indignada com Sr. João.

No dia seguinte, bem cedo, um carro aparece na frente da casa do Sr João.
Sr Paulo havia mandado o seu motorista para buscar Gabriela, dizendo que ela tinha começar a trabalhar rapidamente.

Assim que ela chega à casa do Sr Paulo, se depara com uma mansão. A casa tinha dois andares, um jardim bem cuidado que ficava logo a frente da entrada e uma bela piscina no lado direito.

Gabriela não conseguiu conter sua exclamação.
– Nossa! Que casa linda!

O motorista leva Gabriela para conhecer a casa e aproveita para apresentá–la aos outros  empregados.
A governanta, responsável pela limpeza da casa, determina que Gabriela, limpasse somente na parte inferior da casa. Como: tirar o pó dos móveis, dar brilho nos cristais e nas porcelanas também. Gabriela adorou o seu trabalho.

Os dias foram passando e Gabriela sentia–se cada vez mais feliz por estar perto de Hugo. Ela sempre o observava, quando ele subia e descia a escada.
Até que, um dia ele percebeu sua curiosidade e perguntou a ela.
– Gostaria de conhecer lá em cima?  
Gabriela levou um susto com a sua pergunta, pois estava tão distraída com o seu trabalho  que não tinha percebido aproximação dele. Mesmo assim, ela conseguiu responder.
– Sim – sua voz saiu trêmula.

Ele, carinhosamente, a pega no colo e a leva até o seu quarto. No momento em que ele a pegou no colo, seus olhares se encontraram.
Gabriela, muito sem jeito, tentou disfarçar sua emoção, mas foi inútil. Seu coração estava disparado. Assim que chegaram, ele a colocou na sua cama e começaram a conversar.

Hugo descobre que Gabriela não sabia ler e começa alfabetizá–la. Todos os dias ele lia uma historia para ela. A amizade entre eles foi crescendo até que se tornou uma grande paixão.
O amor entre os dois foi aumentado ao longo do tempo.

A partir do momento em que ele resolve pagar o tratamento de fisioterapia para ela, ele a pede em casamento. Gabriela, sem palavras, aceita se casar com ele muito emocionada.

Ela começa, então, se esforçar nos exercícios físicos obtendo um retorno muito rápido.
Depois de um ano, Gabriela já estava andando.
A emoção ao voltar andar toma conta do seu coração. Ela ainda não acreditava que estava livre daquela cadeira de rodas. Naquele momento ela soube que, ela poderia ser verdadeiramente a mulher dele.
Os dois se casam na fazenda e vão passar a lua de mel na Europa. Hugo a leva para conhecer vários lugares.
A família de Gabriela passa a morar na mansão. Mesmo assim, Sr Joao continuou a trabalhar para o Sr Paulo. Durante a lua de mel, Gabriela realiza o seu sonho de comprar muitos presentes para a família.
A felicidade é completa. A dívida foi quitada e Gabriela começou a estudar. Hugo continuou seus estudos. Ele queria ser médico.  

Mas, o tempo se encarregou de trazer uma tristeza muito grande na vida de Gabriela.
Ela percebia que o marido tinha muitas dores de cabeça, mas não falava nada. As dores foram piorando, até que os médicos descobriram que Hugo tinha um tumor cerebral.
Antes de ser internado ele disse a Gabriela.
– Nunca é tarde para olhar os degraus de uma escada.
Gabriela, em lágrimas, o beijou ardentemente e disse.
– Eu sempre vou olhar os degraus de uma escada.
Os dois sabiam profundamente o significado daquela frase. Foi através daqueles degraus, que Hugo pode notá–la.  As lembranças, do sobe e desce da escada –  na mansão – não lhe saíram mais da cabeça.
Hugo veio a falecer depois de três meses em coma.

O sofrimento de Gabriela foi inexplicável. Durante muito tempo, ela não conseguiu conduzir sua vida sem ele. Emagreceu e sentiu–se muito infeliz.
Por fim, ela resolve realizar o último sonho do marido que era ser médico.
Gabriela resolve entrar para a faculdade de medicina e torna–se uma ótima médica.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Conto: Saudades

Autora:  Eduarda Moreira

Era uma vez um menino chamado Pedro.  Ele era muito simples e morava com sua família em uma fazenda no interior de Minas Gerais.  A fazenda se chamava Santa Maria.
Seu pai, Sr Edmundo e sua mãe Sra Tereza tiveram quatro filhos.  Sonia a mais velha tinha 20 anos e Pedro de 18. E, mais duas irmãs:  Cristina de 14 e Soraia de 12 anos.  
Todos ajudavam a cuidar da lavoura, dos canaviais, do gado e também dos cavalos. Apenas a irmã caçula, Soraia, não ajudava porque era paraplégica. Ela sofreu um acidente que afetou sua coluna vertebral. Depois disso, não pode mais andar.

Pedro era muito apegado a Soraia. Ele ajudava a cuidar dela quase todos os dias. Por causa disso, ele faltava muito da escola.
Sua mãe não gostava quando ele não ia à escola. Ela  sempre o alertava com relação a isso. Mas, Pedro não se importava. Ele gostava muito de ajudar sua irmã e fazia o possível para que ela ficasse bem.

Pedro tinha um sonho. Ser jogador de futebol. Ele gostaria de jogar profissionalmente em um time da primeira divisão. Porém, existiam várias barreiras na vida de Pedro que não o deixava com esperanças. Uma delas era o cuidado que ele tinha com a Soraia, e, a outra era que, seus pais não tinham dinheiro para sustentá–lo fora de casa.

Mas, Pedro não desanimou.
Um dia ele estava jogando bola com seus amigos perto da sua casa, quando de repente ele deu chute muito forte, fazendo com que a bola batesse em um poste de luz. Nesse poste, tinha um banner de propaganda colado que dizia: “TREINO DE JOGADORES EM SÃO PAULO”, e, posteriormente uma seleção para fazer parte de um time de futebol.

Pedro se encantou com a idéia e, pela primeira vez, sua esperança foi renovada. Ele arrancou o banner do poste e voltou correndo para casa.

– Pai! Olha? – disse Pedro com o banner na mão mostrando o anuncio ao seu pai. – Vai haver um treino de jogadores em São Paulo e futuramente eles vão fazer uma seleção para fazer parte de um time! Por favor, Pai? Deixe–me ir?

– Pedro... Eu sei que o seu sonho é ser jogador de futebol – disse o pai. –  Mas, você sabe as nossas condições?
– Eu sei, pai – disse Pedro tristemente.
– Sonia? Você pode me levar até São Paulo no seu carro? – perguntou Pedro ainda animado.
– Nunca. Eu não sei dirigir em São Paulo. Acho bom você desistir dessa idéia. É impossível de realizar o seu sonho – disse ela convicta do que estava dizendo.

Pedro ficou muito deprimido ao saber da impossibilidade de realizar o seu sonho. O tempo foi passando e o dia do treinamento estava chegando. Quando este dia chegou, Pedro começou a chorar ao ver sua única chance ir embora.

Sua mãe, ao vê–lo deprimido lhe pergunta o que estava acontecendo. Ele, então, responde.
– O meu sonho está indo embora, mãe.
– Como assim, filho?

Pedro conta a mãe, sobre o anúncio do banner e também da recusa de Sonia em não querer levá–lo para São Paulo no carro dela.
– Filho. Nunca desista dos seus sonhos! – disse Sra Tereza abraçando o filho.
– Eu sei, mãe. Eu não vou desistir – disse Pedro chorando.

A Sra. Tereza, ao ver o filho triste daquela maneira, vai até o quarto dela e pega uma caixa preta, onde dentro tinha várias fotos e um pacote fechado.
Ela pega o pacote e entrega a Pedro.
Pedro percebeu que, aquele pacote era o dinheiro que a Sra Tereza guardava para casos de emergência.

– Não, mãe. Não posso aceitar. Essas são suas economias. Você as guardou apenas para ser usada em casos de emergência.  Não é justo gastá–las.
– Filho! O seu sonho é uma emergência. Ele está em risco e você não pode desistir. Vá! Pegue esse dinheiro e realize o seu sonho. É tudo o que eu tenho.

Pedro ficou tão emocionado, que não conseguiu dizer uma palavra naquele momento. Somente abraçou sua mãe fortemente e lhe deu um beijo na testa. Depois, quando recuperou o controle da sua emoção,disse.

– Obrigado, mãe. Eu prometo que vou lhe devolver, centavo por centavo desse dinheiro. E, vou lhe dar muito mais do que esse valor. Você vai ver?
– Espero que sim, meu querido – disse Sra Tereza afagando o cabelo de Pedro.

Pedro então começa arrumar as malas com lágrimas nos olhos. Ele sabia que esse seria o pior momento da sua vida. Despedir das pessoas que ele amava. Soraia ao ver o seu irmão partir, ficou indignada.
– Pedro? – chamou ela.
– Sim? – respondeu Pedro sem olhar para irmã, enquanto guardava sua roupa na mala.
– Eu vou sentir muito sua falta – disse ela chorando.
– Eu sei. Eu também vou sentir muito a sua falta. Mas, eu preciso ir.

Os dois ficaram se olhando por um tempo, e de repente Pedro lhe dá um abraço em prantos.
– Não se preocupe meu querido irmão. Eu vou ficar bem.
– Espero que sim. Vou te escrever sempre – falou Pedro.
– Vou ficar esperando – disse ela a soluçar.

Pedro, então, sai do quarto com o coração partido. Ele pega sua mala e vai direto para uma estação de trem que ficava perto da fazenda onde morava.
Enquanto ele estava esperando o trem, sua mãe aparece há alguns metros de distância olhando para os lados tentando encontrá–lo. Ele nao tinha notado que ela estava a sua procura.
No mesmo instante, o trem se aproxima e estaciona bem em frente de onde ele estava.
Sua mãe, mais que depressa, começa correr em direção a Pedro, e, quando se aproxima, lhe dá um abraço bem apertado aos soluços.
– Desculpe, filho. Mas, eu tinha que lhe ver pela última vez.
– Não é a última vez, mãe. Eu vou voltar. Isso é só o começo. Pode me esperar. – Disse Pedro emocionado.
– Vai com Deus, meu filho.

Ela o abençoou e Pedro foi embora em direção  ao seu sonho.
Ele nunca esqueceu o olhar da sua mãe no momento da despedida. Um olhar de dor, mas ao mesmo tempo de alegria por ter ajudado o filho a realizar o seu sonho.
Não importa o que os outros dizem. Vença as barreiras. Nunca desista dos seus sonhos.
Para Deus nada é impossível diante das suas promessas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Conto: A Verdade

Autora: Marina Garcia

Havia uma família de quarto integrantes que moravam no interior de São Paulo. O pai se chamava Sr Fernando, a mãe Sra Marcela, o filho mais velho João Pedro de 18 anos e a filha mais nova de 15 anos,Yasmim.

Era uma família muito humilde, onde todos trabalhavam na lavoura.
Moravam numa casa de dois cômodos no meio do mato. Não tinha luz e nem água encanada. Eles tinham uma vida muito difícil, pois o trabalho era árduo e ganhava–se muito pouco dinheiro.

O filho mais velho, João Pedro era o mais revoltado.  Raramente ele obedecia aos pais. Não gostava de estudar e nem de trabalhar na lavoura. Só gostava apenas de sair com os amigos.

Certo dia, João Pedro estava  em um bar com seus amigos, quando um deles falou:
– João Pedro? Você não vai beber com a gente?
Ele respondeu meio sem graça.
– Não. Eu não costumo beber.
Todos deram risada dele.
João Pedro, por sua vez, sentindo–se muito envergonhado disse:
– Está bem. Eu vou beber com vocês. Garçom me traz uma cerveja, por favor?

O garçom mais que depressa, trouxe a cerveja que João Pedro havia pedido.

O tempo foi passando e João Pedro não parava mais de beber. Ficou tão embriagado que acabou se metendo numa grande briga.
Ele se machucou tanto, que acabou indo para no Hospital. Perdeu muito sangue quando foi agredido com uma faca.

Os médicos fizeram de tudo para estancar a hemorragia interna, mas a facada tinha perfurado o seu pulmão. Então, eles não conseguiram salvá–lo. A tristeza tomou conta na sala cirúrgica, quando João Pedro veio a falecer.

Só três horas depois da morte de João Pedro, é que a família conseguiu chegar ao hospital para visitá–lo.
Um dos médicos informou a eles, que ele tinha perdido muito sangue, e que a equipe médica tinha feito de tudo para salvá–lo.
A mãe desesperada, não aguentou a notícia da morte do filho e desmaiou.
O corre, corre dos médicos para tentar ajudá–la foi rápido. Logo que se recuperou,  ela não conseguia conter as lágrimas de tristeza que escorriam pelo seu rosto.

– Eu queria ter falado com o meu filho pela última vez – disse Sra Marcela em prantos.
– Eu também – falou Sr Fernando chorando.
Yasmim, ficou tão chocada com a morte do irmão que ficou em transe. Não conseguia falar e nem pensar.
Por um tempo, ainda sem se mover, ela continuou parada a observar o desespero dos seus pais.
Quando voltou a realidade, ela jurou que iria descobrir quem havia matado seu irmão.

Alguns meses se passaram desde a morte de João Pedro.  O ambiente alegre na sua casa,  já não era mais o mesmo.
Nunca mais, ela viu seus pais sorrirem.

Yasmim, começa então, a procurar os amigos que estavam no bar no dia em que o seu irmão foi morto. Quando ela os encontra, descobre que tinha sido o seu irmão  o responsável pela briga. Foi João Pedro que provocara o rapaz que o matou.

– Foi João Pedro que o provocou, Yasmim – disse um dos amigos.
– Como é o nome dele? – perguntou ela.
– Jorge. Esse é o nome dele.
– Onde ele está? – insistiu ela a perguntar.
– Nós não sabemos – disse Carlos.
– Mas o que aconteceu? – perguntou Yasmim novamente.
– João Pedro não tinha gostado do jeito que o Jorge estava tratando a garota e tentou defendê–la. Foi então, que ele deu uma facada no seu irmão.
João Pedro foi culpado.
Yasmim, não acreditou no que ele disse, e foi atrás de Jorge para saber se era verdade o que ele havia falado.
Ela o encontra escondido no porão de uma casa abandonada. Quando ela se aproxima dele enfurecida, imediatamente ele se ajoelha na sua frente e diz:
– Por favor, não me bate? Foi seu irmão que me provocou. Ele começou a me bater com muita força. Eu tive que me defender. Ele estava muito bêbado. Eu tentei  segurá–lo, mas ele não respondia.
– Não precisava matá–lo – disse Yasmim rangendo os dentes, segurando–o pelo pescoço.
Yasmim lutava muito bem, assim como seu irmão. Os dois tiveram que aprender a se defender, de alguns animais perigosos  que apareciam de vez em quando no lugar onde moravam.
– Me perdoe, por favor? – implorou o rapaz. – Eu não queria que ele tivesse morrido. Estou sendo sincero.

Yasmim, percebendo a sinceridade do rapaz, se comoveu. Ela sabia que João Pedro era bem mais forte do que Jorge.
Ela começa, então, a chorar desesperadamente na frente do rapaz.

Ela ainda não havia chorado a morte do seu irmão.  
Com dor no coração, ela decidiu não se vingar.  
Ela percebeu que o seu irmão fora o errado.
Por isso, ela pensou:
“Quanto mais eu tentei me convencer do contrário, mas a verdade aparecia.”



Conto: O Sonhador

Autora: Ana Ribeiro

Era uma vez um menino chamado Marcos. Ele tinha 14 anos e morava em uma favela na cidade do Rio de Janeiro no Brasil.
Marcos cresceu nesta favela em meio a tantas oportunidades de se tornar um traficante, ou um bandido, mas nunca ele se deixou levar para esse lado. Sua família era muito pobre e passavam muitas necessidades, mesmo assim, seus pais sempre foram pessoas direitas e muito honestas.  
Várias vezes sua mãe o aconselhava para ele escolher seus amigos. Ele sabia que ela estava certa, pelo local onde eles moravam. Mas, a tentação de ganhar dinheiro com a venda de drogas, nunca deixou de aparecer na sua frente. Ele lutava constantemente para não se envolver com isso. Principalmente, quando eles não tinham o que comer durante as refeições. Seu pai ganhava pouco, seus irmãos eram muito pequenos. Com isso, ele ficava revoltado por não poder ajudar sua família com os mantimentos da casa.
Marcos trabalhava em um pequeno mercado perto de onde ele morava, mas ganhava muito pouco também. Ele se sentia arrasado por causa disso.
Sr Jorge, dono do mercado, de vez em quando o ajudava quando ele precisava.
Certo dia, Marcos estava trabalhando, quando viu um carro de uma emissora de TV muito famosa estacionada próximo ao mercado. Ele ficou tão feliz que saiu correndo gritando:
– Sr Jorge, Sr Jorge, venha ver? Tem um carro de uma emissora de TV aqui perto?
– Onde Marcos? – perguntou Sr Jorge, muito curioso.
– Bem ali! – disse Marcos apontando em direção ao carro.
– É verdade! – falou Sr Jorge surpreso. – O que será que eles estão fazendo por aqui?
– Eles estão gravando um programa de televisão. É a minha chance de ser ator – disse Marcos contente.
Marcos tinha um sonho.  Ele queria muito ser ator. Desde criança ele brincava com os amigos de teatro.  Foi então, que ele não pensou duas vezes. Saiu correndo do mercado, sem pedir ao Sr Jorge e foi em direção aquele carro.
Ele estava tão desesperado, em não perder sua única chance de realizar o seu sonho, que não percebeu o nome do programa que eles estavam gravando. O nome era Novos talentos. Aquela emissora estava naquela favela para descobrir Novos talentos.
Quando ele chegou perto das gravações, estava muito eufórico. Estava tão esbaforido que quase não conseguia falar.
Um homem bem vestido, de terno e gravata, viu o jeito de Marcos e disse:
– Calma! Garoto! Aonde vai com tanta pressa?
Marcos não conseguiu responder. Sua respiração ainda estava falhando.
– Acalme–se! – tornou a falar aquele homem bem vestido.
Ele, então, começou a respirar e expirar para tentar se acalmar. Quando se acalmou, ele falou:
– Senhor, eu quero muito ser ator – disse Marcos desesperado. Mal sabia ele, que era o próprio produtor do programa, com quem Marcos estava falando.
O homem olhou bem para ele e falou:
–  Está bem, garoto! Vou te dar uma chance. Você vai fazer um teste.
Marcos ficou tão contente que abraçou o homem sem nenhuma vergonha.
– Obrigado, senhor. Muito obrigado – disse Marcos chorando.
O Homem, meio sem jeito, desvencilhou–se do abraço de Marcos e o levou para fazer o seu teste.
Quando ele começou a interpretar, ele pensou:
“Vou dar o melhor de mim. Eu sei que eles vão gostar do meu trabalho.”
E assim foi. O produtor adorou o teste de Marcos.
Não demorou e ele se tornou um grande ator. Ficou famoso, com ótimas propostas de trabalho.
Quando Marcos fez 18 anos, já era o brasileiro mais conhecido do Brasil.
Comprou uma casa em um bairro nobre do Rio de Janeiro e levou toda a sua família para morar com ele.
Nunca desista dos seus sonhos, mesmo que tenha de sofrer alguns obstáculos.

Lançamento do livro "Brasil, mais que um país, uma inspiração!

O evento acontecerá dia 04 de dezembro na Casa dos 500 anos em Cabo Frio, na sede da academia de artes de Cabo Frio, a artpop.
A casa fica no bairro Portinho, mas é bem conhecida aqui na cidade, o evento receberá artistas de todo o Brasil, teremos a laureação de alguns acadêmicos, além do lançamento do livro "Brasil, mais que um país uma inspiração! Do livro TRISSOMIA 21 , DE EUNICE ROUTHE, do livro O Cavalheiro dos sonhos , de Ceiça Esch, 
do livro Os maiores Crimes de todos os tempos , meu e de Janduí Macedo,do livro "Primeiros passos para entender literatura de J.Roman, do livro "Quatro mãos:Todas com poesias de Anna Elizandra e Gil Betto Barros, e do livro "Passageiros do tempo " do poeta do rock Josane Peer do livro ABANTESMA – Contos Naturais e Sobrenaturais de Nívea Sabino, Zezé Barcelos relança o livro O menino maltrapilho e seu cãozinho de luxo,Odyla Paiva com o livro dores e delírios e Jô Mendonça Alcoforado .
No evento contaremos com presidentes de academias,escritores, críticos e ativistas culturais, comendadores e artistas plásticos.Quanto ao traje muita gente pergunta se deve ir muito arrumada e tal, mas acho que devem ir á vontade, cada um em seu estilo, não é preciso brilho pois será um evento diurno, e acho que a melhor forma de demostrar seu estilo é ser você mesmo em qualquer lugar. 
Após a solenidade  de laureação dos novos acadêmicos, haverá exposições do acervo da academia, entrega dos certificados dos artistas que entregaram suas obras na última posse, teremos um bingo que inclui até mesmo obras de artes de artistas consagrados, além do espaço, para divulgação dos lançamentos dos livros e autógrafos.  





quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Conto: Encontro da Felicidade

Autora: Karina Gotardi


Era uma vez, um lindo casal que morava numa cidadezinha chamada Boraty. Ela era distante de todo o tipo de movimentação, onde a correria, o stress do dia a dia só existia na cidade grande, ali não.
Shake e Sol eram vistos como o casal perfeito. Atenciosos um com o outro e se amavam muito. Tinham uma vida simples e feliz.

Tudo o que Shake fazia ou pensava era dedicado a Sol. Ela, por sua vez, fazia o mesmo em relação a Shake.
Até que um dia, Sol descobriu que estava grávida. No mesmo instante, foi contar ao Shake sobre a novidade. Ele ficou tão feliz que a levantou no colo, e a beijou  apaixonadamente. Os dois sempre foram ansiosos com relação a isso. O             maior sonho deles era ter um filho, fruto do grande amor que sentiam um pelo outro.

Mas, a gravidez de Sol não foi o suficiente para preencher o vazio que Shake estava sentindo. Ele também sonhava – além de ser pai – ter um futuro brilhante, e se tornar um homem muito rico.

Quando criança, Shake costumava brincar com dois amigos. Max e Ácen. Eles eram muito unidos e não se desgrudavam. Prometeram um ao outro que, um dia eles iriam morar numa cidade grande, estudar numa Universidade e ganhar muito dinheiro.
Mas, o tempo os separou. Logo após a formatura do Ensino Médio, cada um seguiu o seu destino. Mesmo assim, eles nunca esqueceram um do outro.

Certo dia, esses dois amigos de infância foram fazer uma visita a casa de Shake. Afinal desde a formatura, eles não se viam.
Assim que chegaram, ficaram surpresos ao ver a casa de Shake. Pensaram que tinham ido à casa errada por ser uma casa muito simples. Então, Max falou para Ácen:
– Não pode ser esta casa, Ácen! Shake sempre foi muito ambicioso como nós. Impossível ele morar numa casa assim!
– É verdade, Max!
A casa de Shake era de madeira e de cor branca. O descascado da tinta fazia com que a cor da madeira original aparecesse, deixando–a com um aspecto de mal acabada. Era muito pequena, e tinha uma varanda na frente da porta de entrada, cercada de madeira também. 

Os dois ficaram parados olhando um para outro, surpresos. Logo que se aproximaram da entrada, viram uma placa de vime pendurada na porta que dizia:
“LAR DE SHAKE E SOL”. Max procurou ao redor para ver se encontrava uma campainha, mas não conseguiu encontrá–la. A casa não tinha campainha.
Um pouco decepcionados com o que tinham visto, eles então,  começaram a bater palma para ver se alguém os atendia.
Não demorou e Shake os atendeu alegremente.
– Não acredito que são vocês? Meus amigos... – falou Shake emocionado.
Todos começaram a se abraçar e chorar emocionados com o reencontro.
– Venham. Entrem e sentem–se. É um prazer vê–los de novo.
– Para mim também, Shake – disse Ácen.
– Eu também estou muito feliz de te ver, Shake – disse Max.
– É uma surpresa pra mim – disse Shake ainda sem muitas palavras.
– Nós gostaríamos de saber como você está? – perguntou Max, olhando a simplicidade da casa por dentro.
Shake percebeu o olhar desgostoso de Max ao notar sua casa e ficou envergonhado.
– Eu... estou... bem... – gaguejou Shake meio sem graça.
– Como pode viver assim, meu caro amigo? – disse Ácen, abraçando–o com carinho.
Shake ainda muito envergonhado, não respondeu. Abaixou a cabeça, sem conseguir encará–los.
– Você não continuou os estudos? – perguntou Max.
– Não – respondeu Shake ainda de cabeça baixa.
– O que você se tornou? Um carpinteiro? – disse Ácen indignado ao ver a situação do amigo.
Shake fez um sinal com a cabeça de sim.
– Eu me tornei um médico – confirmou Max.
– E eu me tornei um advogado – disse Ácen.
– Como pode fazer isso? – Os dois amigos perguntaram juntos.
– Eu não consegui – disse Shake suspirando, com os olhos cheios de água.
– Não fique assim. Nós viemos te buscar. – Disse Max afagando o cabelo de Shake.
– Como vieram me buscar? – perguntou Shake surpreso.
– Nós estamos morando no Rio de Janeiro – disse Ácen. – Você quer vir com a gente? Lá, você poderá voltar a estudar, trabalhar e ganhar muito dinheiro. Tem um emprego certinho pra você. 
– É verdade, Shake – afirmou Max.
– Eu tenho que pensar. Sol está grávida.
Os amigos ficaram surpresos com a notícia da gravidez de Sol, mas não desistiram. Continuaram a insistir. Eles queriam tirá–lo daquele lugar de qualquer maneira. Eles conheciam Shake o suficiente. para saber que ele não iria recusar aquela proposta.
Por sorte, Sol não estava em casa naquele momento. Ela tinha saído fazer compras.
– Está bem. Eu aceito – disse Shake num impulso.
– Ótimo! – disse Max abraçando o amigo.
– Que bom, Shake! – disse Ácen o abraçando também. – Eu sabia que você não ia recusar. Afinal você sempre gostou de dinheiro.
– Isso é verdade! – disse Shake sorrindo.
– Nós vamos embora amanhã cedo. Estamos hospedados no hotel aqui da cidade. Vamos ficar te esperando. Ok?
– Ok? Podem me esperar. Eu vou estar lá – disse Shake mais animado.
Assim que os dois foram embora, Sol chegou.
Shake não contou a Sol, sobre a visita dos amigos. Ela percebeu que ele estava diferente, mas não comentou nada.
À noite, Shake não conseguiu dormir. Ficou pensando na decisão que tomara.
Sua ambição falou mais alto do que o amor que ele sentia por ela. No seu coração, ele sabia que Sol era a mulher da vida dele, e, que, jamais a esqueceria.
Suas lágrimas escorriam pelo seu rosto ao vê–la dormindo ao seu lado. Então, pensou:
“Eu tenho que ir embora. Eu preciso lutar e dar uma vida melhor pra vocês.”
Não demorou, Shake fez as malas e saiu.
No dia seguinte, Sol acordou apenas com o perfume de Shake pelo quarto todo. Ao seu lado, tinha um bilhete de Shake sobre o travesseiro que dizia:
“Sol. Você sabe que eu te amo, mas eu tive que ir embora. Um dia eu volto. Pode me esperar. Beijos. Shake.”
Sol, desesperada, começou a procurá–lo pela casa, a correr em prantos, de um lado para o outro, sem encontrá–lo. Revoltada e sentindo–se desamparada, ela prometeu que iria cuidar do seu filho.
Ela passou os nove meses de gestação em lágrimas. Seu coração ficou aos pedaços com a partida de Shake.
Mas, ao nascer Iara, ela passou a dedicar todo o seu tempo à filha. Iara só lhe trazia felicidade.
Sol não desistiu de lutar para dar uma vida melhor a ela. Então,  decidiu que iria vencer na vida. Voltou a estudar e trabalhar. Começou a ganhar muito dinheiro com a profissão que exercia e se destacou na sociedade. Tornou–se uma pessoa muito importante.
Passaram–se 10 anos desde que Shake fora embora.
Durante todo esse tempo, Iara nunca deixou de perguntar pelo pai. Todas as vezes que ela perguntava, Sol respondia que ele tinha ido embora e que ela não sabia onde ele estava.
Ao ver a tristeza da filha por não conhecer o pai, Sol decide ir procurá–lo. Levou Iara junto com ela, caso o encontrasse para conhecê–la.

Quando Sol encontra Shake, fica surpresa com o que vê.
Ela fica sabendo, que ele não conseguiu dar conta do serviço que os dois amigos tinham arrumado para ele, e, que, os mesmos, o ofenderam e o desprezaram sem compaixão.
Shake, então, sem dinheiro e sem emprego resolveu se casar. Casou–se com Mary. Uma mulher muito rica e com ela teve dois filhos: Rege e André.

Sol fica enfurecida quando soube que ele tinha se casado. Aproveita a oportunidade e diz muitas verdades a ele. Ela diz que se sentiu desamparada, abandonada e que jamais iria perdoá–lo por isso.

– Sol, eu nunca deixei de te amar – disse Shake arrependido. – Por favor, me perdoa. Eu quero voltar com você.
– NUNCA – gritou Sol enraivecida.
– Por favor? – implorou ele.
– Eu não quero você de volta – falou Sol decidida.
Iara começa a chorar ao ver a mãe tão determinada.
– Por favor,  mamãe. Aceite o papai de volta? – pede Iara chorando.
– Não. Iara não me peça isso – respondeu Sol.
Iara vendo que a mãe não mudava de idéia calou–se.

Ao ouvir a declaração de Shake para Sol, Mary fica muito zangada.
Ela o coloca para fora de casa e decide deixá-lo nenhum dinheiro.
O único direito que ele tinha, era de ver os filhos uma vez por mês.
Sol volta para Boraty com a filha, lamentando o ocorrido.
Sentindo–se culpada por não ter atendido ao pedido da filha, ela permite que o pai também vá visitá–la uma vez por mês.

Shake inconformado com o que tinha feito pensou:
“Parti em rumo à felicidade e fui ao encontro da minha tristeza. Achei que iria ganhar muito dinheiro e acabei perdendo tudo.”