segunda-feira, 25 de julho de 2011

Novos trechos do Livro Trissomia 21 Vol. II


Ficamos a nos olhar profundamente. O calafrio na espinha tinha voltado a me incomodar.
– Acho que eu te quis tanto naquele momento do mesmo jeito que estou te querendo agora. – Minha respiração já estava abalada.
– Nós não fizemos amor naquele momento.
– Por quê?
Ela ficou sem graça e depois respondeu – Depois eu te explico. E também... Mesmo sem fazer amor, nos conhecemos sexualmente. Tudo era novidade para nós. Cada toque, cada beijo. Foi maravilhoso. – Ela falou pensativa relembrando dos momentos que havíamos passados juntos.
Ainda estava deitado no chão com as mãos sobre a cabeça ouvindo tudo o que ela estava me falando. Estava tão excitado que ela percebeu, mas não falou nada. Apenas me olhou rapidamente e depois voltou a se sentar de costas pra mim.  
– Continue a falar, quero saber de tudo. – Suspirei angustiado.
– Nós nos casamos aqui na Ilha e só fizemos amor depois que nos casamos – ela falou.
– Meu Deus! Como eu queria me lembrar de tudo isso – estava desesperado.
– Calma. Não se desespere. Nosso casamento foi lindo. Além do mais, nos casamos duas vezes.
– Não acredito?
– Sim. A primeira vez foi aqui e a segunda no Brasil. Você tinha prometido que ia se casar comigo legalmente quando saíssemos daqui e que daria uma grande festa de casamento. Assim o fez.
– Você mereceu. – Olhei–a com ternura e depois falei – É bom saber como eu te amava.
Ela se deitou ao meu lado e pegou na minha na mão. Ficamos naquela posição por um tempo olhando as estrelas. Depois eu comecei a massagear a sua mão e não aguentei. Levantei–me depressa e fui para trás da pedra e desatei a chorar.
– Por favor, não chore? – disse ela aproximando–se. Suas mãos começaram a me acariciar.
– Talvez eu não te ame como você deve ser amada, mas eu não consigo tirar você da minha cabeça. Não sei o que o fazer – solucei. Coloquei as mãos no rosto para esconder o horror que eu estava sentindo.  – Eu não queria sentir essa vontade louca de estar perto de você, mas o meu corpo está incontrolável. Eu nunca senti o que estou sentindo agora, estou muito confuso.
– Não importa que você não me ame. O importante é que eu te amo. E... Tem mais uma coisa. Você já fez amor comigo várias vezes.
Ela começou a me beijar loucamente. Sua boca estava faminta da minha, e, à medida que ela me envolvia em seus braços fez com que nós fossemos nos abaixando até sentarmos de frente um para outro. Eu era um aprendiz em todos os movimentos que ela fazia.
De repente eu fiquei tão enlouquecido de vontade que arranquei com raiva todos os botões da sua blusa. A maciez dos seus seios me delirava. No momento em que ela me penetrou eu quase perdi os sentidos de tanto prazer. A sensação foi aumentando e eu já estava a ponto de explodir de tanta energia que estava sendo produzida.
Bruscamente eu me afastei para não machucá–la. 
– Não posso... – disse eu quase sem ar.
– Pode. Eu quero você.
– Estou sem controle. Estou produzindo muita energia.
– Não importa. Deixa eu te amar?
Não tive tempo para responder. Uma outra faísca elétrica apareceu novamente na minha mente fazendo–me relembrar, rapidamente, da mesma sensação de prazer que eu já havia sentido. A dor de cabeça quis começar a incomodar, mas eu a dominei. O meu desejo era mais forte do que a dor que eu estava sentindo.
Foi então que, ela sentou–se no meu colo e me penetrou novamente fazendo movimentos rápidos, sem parar.
Seus gemidos estavam altos e eu a queria mais, muito mais. Não sabia discernir os meus sentimentos naquele momento, mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu não queria sair de dentro dela. Tudo era novo pra mim, e, então, não deixei de contemplá-la em nenhum momento.
– Sou louca por você... – disse ela ofegante.
– Eu te quero mais, muito mais – sussurrei.
Meus estímulos estavam ativados. Eram muitas sensações novas que eu precisava desfrutá–las a cada segundo com ela. O controle de não extravasar minha energia estava desaparecendo.       Tive que moderar os meus movimentos para não transferir a minha energia para o corpo dela. 
Suas mãos acariciavam o meu cabelo, e mesmo com o dedo machucado ela contornou o meu rosto.
– Então você se lembrou de mim... – Ela me olhou sedutoramente.
– Sim. Duas vezes.
– Duas?
– Sim.
– Mas você me falou só uma.
– A outra foi agora a pouco. Tive a sensação de já ter passado por esse mesmo momento com você.
– Impossível. – Enquanto falava ela beijava todo o meu rosto e manteve-se na mesma posição. – Sua memória foi apagada.
– Mas não as sensações. – Ainda estava tentando voltar a pensar.
– Você se lembrou dessa sensação de prazer?
– Acho que sim. Por um segundo eu senti que já havia sentido isso antes.
– Há. Você sonhou então?
– Pode ser. Se aquilo foi um sonho, fiquei feliz por ter sonhado mesmo tendo sido só por alguns segundos.
– Você não deixou de sentir os seus desejos. – Ela falou intrigada.
– Não me lembro exatamente à intensidade dos meus desejos, mas eu te garanto que, não quero mais parar de senti-los depois do que acabei de sentir agora.
– Vamos voltar? – Sua voz soou triste, porém suas mãos não paravam de me acariciar.
– Por quê? Você ainda está magoada comigo?
– Não é isso – disse ela pensativa.
– Então o que é? – Falei beijando–lhe o pescoço. Continuei deslizando minhas mãos pelo seu corpo.
– É que... Uma vez nós fizemos amor ao luar, até ao amanhecer e depois eu peguei um tremendo resfriado.
– Resfriado? O que é isso?
– É quando uma pessoa fica com o nariz congestionado, escorrendo, espirrando. Tem dor de cabeça.
– hahahahaha. Verdade?
– Sim. Amamo-nos tanto que já estava amanhecendo e não queríamos nos largar.
– Onde foi?
– Em Acapulco no México.
– Foi dessa mesma maneira? – perguntei.
– Não. Todas as vezes que nós fazíamos amor era diferente.
– E agora? Foi diferente?
– Sim. Mesmo sem amor. – Respondeu ela tristemente. Eu desviei o seu olhar. Não consegui responder.
– Não fique assim. Fui eu que vim atrás de você. Estava louca pra te amar. Não se preocupe.
– Tenho medo de fazê–la sofrer mais do que já está sofrendo
– Pois saiba que a decisão foi minha.
– Se você não tivesse vindo me procurar, acho que eu teria ido atrás de você. Já não estava aguentando mais. Os seus olhos ficaram gravados na minha mente desde o momento em que a vi aqui, nessa pedra.
– É mesmo?
– Sim. E depois que você deixou de falar comigo, então, eu piorei. Não sei explicar exatamente o que eu senti, mas tive vontade de chorar, chorar muito.
– Eu ouvi você chorando, meu amor. Você sempre foi muito chorão.
– É mesmo?
– Você chorava por qualquer coisa.
– Gostei de você me chamar de... Meu amor.
– Meu amor. E agora, o que vamos fazer? – Ela perguntou pensativa.
– Eu não sei. Só sei que no momento não quero te largar. Você acabou de me ensinar a fazer amor.
– Você é um bom aluno – disse ela sorrindo. – Eu já conheço essa cena. – Ela deu risada.
– Mas, também não quero que você pegue outro resfriado. Quer ir embora?
– Não. Por enquanto não. Ficamos dois dias sem nos amar. Estava morrendo de saudades – ela falou carinhosa.
– Dois dias? Tudo isso? Pra quem não ficava um dia sem fazer amor, foi muito. Por isso eu estava tão louco pra te amar e não sabia.
– Isso é verdade – disse ela a sorrir.
Eu coloquei minha camiseta no chão e a deitei com carinho. A lua ainda continuava iluminando a nossa pedra.
Deitei–me ao seu lado e fiquei olhando-a por um momento enquanto acariciava seu rosto. Depois falei.
– Eu não sei o que esta acontecendo, mas ainda quero você. Podemos nos amar mais uma vez? – Implorei quase sem voz.
– Você não estaria no seu normal se não me amasse de novo.
Eu a tocava em todos os lugares e em muitas posições. Tive a nítida impressão de notar certa surpresa no seu olhar durante os momentos de amor. Tenho certeza que ela notou alguma diferença na minha maneira de amá–la. Eu estava mais racional, possuído pelo desejo insaciável do seu corpo. O meu ritmo não obedecia a minha razão de que eu tinha de pensar e ir mais devagar, não conseguia. Estava apressado, sedento e não queria parar. A doçura do seu ventre estimulava os meus sentidos. Minha energia começou a querer extravasar.
– Preciso parar... – falei quase sem ar.
– Não pare... – ela suplicou gemendo.
– Posso te machucar... – disse eu a manter o ritmo.
– Confio em você... – Nesse instante ela me olhou. Seus olhos estavam derretidos de amor.
Quando finalmente nos saciamos o amanhecer estava começando.
Ainda ofegantes, continuamos a nos olhar.
– Quase perco o controle. – Minha voz saiu apagada.
– Mas não perdeu – ela relevou.
– Você confiou em mim – afirmei contente.
– Eu sempre confiei em você. Você sempre se controlou.

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