sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Conto: Exemplo de Vida

Era uma vez, uma família de camponeses que moravam perto de um riacho. O lugar era quente e cheio de areia. Ao redor da casa, os redemoinhos se formavam com seus círculos agitados.
Essa família era muito pobre e, sempre passavam necessidades devido à distância que moravam da cidade, e, também, a terra que não era fértil. Raramente, alguma plantação respondia ao cuidado que recebia.
Sr Joaquim e Maria tinham 4 filhos e o mais velho se chamava Paulo.
Com o passar do tempo, Sr Joaquim adoeceu e não pode mais trabalhar. Ele se cansava muito. Foi constatado pelo médico que ele tinha Mal de Chagas. Uma doença que é transmitida pelo inseto barbeiro.
Paulo, sendo o filho mais velho, teve que assumir o lugar do pai. Mas, o sonho de Paulo era ser médico e ir embora para São Paulo. Ele não queria trabalhar no campo. Foi então, que um dia, ele comunicou à família que estava indo embora.
Sua mãe, aos soluços, implorou para ele não ir. Mas ele estava irredutível. Ele tinha que tentar a sorte grande, como todos diziam na região onde ele morava.
O momento da despedida ficou gravado na sua memória. Ele nunca esqueceu o olhar de desespero da sua mãe quando ela o abraçou. Sem promessas e com espírito de luta, Paulo foi embora.
Em São Paulo, ele foi morar num lugar muito simples, pois não tinha dinheiro nem para comer. Mas sua ambição não o deixava esmorecer. A luta para realizar o seu sonho, estava apenas começando. O tempo foi passando e Paulo conseguiu entrar para a Faculdade de Medicina.
Após cinco anos, Paulo havia se tornado um doutor. O som de pronunciar Dr antes do nome o fazia se sentir muito orgulhoso. Ele se esqueceu completamente da sua família. Tornou–se um homem muito rico e mudou–se para um apartamento bem próximo de onde ele havia estudado.
Certo dia, Paulo estava chegando em casa quando o telefone tocou:
– Alô? – ele disse.
Uma voz trêmula do outro lado da linha respondeu:
– Alô.
– Quem está falando? – perguntou Paulo.
– Sua mãe.
O impacto ao saber que era sua mãe o fez calar por uns segundos. Depois, ele respirou fundo e voltou a conversar.
– Oi mãe! Tudo bem?
– Não. Seu pai está muito doente. Ele quer ver você – disse ela chorando.
– Eu não posso ir. Tenho que trabalhar – disse Paulo prepotente.
– Por favor? Venha visitá-lo? Essa é a última vontade dele – insistiu ela ainda em prantos.
– Infelizmente, eu não vou poder ir visitá–lo. Mande um abraço a ele.
Paulo desligou o telefone sem esperar a resposta da sua mãe. Ainda abalado com a notícia, não se deixou dominar pela tristeza. Sua ambição sempre falou mais alto do que suas emoções.
A mãe triste com a notícia de que o filho não viria ver o pai, se conformou com a sua tristeza. Mas, quando ela contou ao marido, este piorou da sua doença e veio há falecer três dias após ter recebido a notícia do filho.
Ao saber do falecimento do pai, Paulo decide ir visitar sua mãe e seus irmãos. Ficou surpreso ao ver a miséria de vida que ainda levavam.
– Filho... meu filho! Você veio tarde demais – disse ela com lágrimas nos olhos.
– Perdoe–me mãe. Eu sei que eu errei.
Ela o abraçou e afagou o seu cabelo sem dizer uma palavra.
Para compensar o que tinha feito, Paulo resolveu ir visitar o túmulo do seu pai. Quando ele chegou no cemitério, ele viu que era um túmulo muito simples, sem nenhum enfeite de decoração. Foi então que, ele chamou o coveiro e disse:
– Senhor? Eu gostaria de comprar um túmulo maior, mais bonito, cheio de enfeites para o meu pai. Um túmulo digno dele.
O coveiro então responde meio confuso, sem saber o que estava acontecendo:
– Tudo bem doutor. Mas, o senhor poderia me dizer qual dos corpos é o do seu pai?
Paulo então se calou. Ainda cabisbaixo, levantou–se e foi embora.
O coveiro sem entender, coçou a cabeça e continuou o que estava fazendo.
Paulo entendeu que o túmulo digno para o seu pai estava ali, na sua frente, no meio entre muitos com simplicidade. Simples como era o seu pai.
A morte do Sr Joaquim o fez perceber que todos somos iguais. Somos filhos de Deus. Dignidade se conquista com humildade. O dinheiro apenas é um complemento para a sobrevivência humana.

Autor: Arthur Barros

11 comentários:

  1. Arthur. Que estória linda.
    Você tem talento. Contínue escrevendo.
    Parabéns.
    Teacher
    Eunice Routhe
    Autora do Livro Trissomia 21

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  2. foi um prazer escrever esse conto teacher :D

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  3. Parabéns pela história!

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  4. Muito Lindo, parabens Arthur! muito linda a história.
    Vou te dar um conselho faz mais postagens de conto! Concerteza os leitores íam adorar. Abç!

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  5. nossa arthur meus parabéns, essa história é muito linda, te superaste escrevendo ela :D

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  6. ótimo este conto,continue assim,conseguirá muitos fãs, a primeira sou EU!!!

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  7. Historia muito linda
    precisamos de pessoas assim neste mundo com criatividade e interesse.
    continue assim!!!!!!!!!!!

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  8. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  9. muito bom continui assim!!!!

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  10. Adorei o conto. Bem criativo. Parabéns!!!...

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  11. muito bom!!!
    parabéns!!!
    arrazou!!

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