sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Conto: A Verdade

Autora: Marina Garcia

Havia uma família de quarto integrantes que moravam no interior de São Paulo. O pai se chamava Sr Fernando, a mãe Sra Marcela, o filho mais velho João Pedro de 18 anos e a filha mais nova de 15 anos,Yasmim.

Era uma família muito humilde, onde todos trabalhavam na lavoura.
Moravam numa casa de dois cômodos no meio do mato. Não tinha luz e nem água encanada. Eles tinham uma vida muito difícil, pois o trabalho era árduo e ganhava–se muito pouco dinheiro.

O filho mais velho, João Pedro era o mais revoltado.  Raramente ele obedecia aos pais. Não gostava de estudar e nem de trabalhar na lavoura. Só gostava apenas de sair com os amigos.

Certo dia, João Pedro estava  em um bar com seus amigos, quando um deles falou:
– João Pedro? Você não vai beber com a gente?
Ele respondeu meio sem graça.
– Não. Eu não costumo beber.
Todos deram risada dele.
João Pedro, por sua vez, sentindo–se muito envergonhado disse:
– Está bem. Eu vou beber com vocês. Garçom me traz uma cerveja, por favor?

O garçom mais que depressa, trouxe a cerveja que João Pedro havia pedido.

O tempo foi passando e João Pedro não parava mais de beber. Ficou tão embriagado que acabou se metendo numa grande briga.
Ele se machucou tanto, que acabou indo para no Hospital. Perdeu muito sangue quando foi agredido com uma faca.

Os médicos fizeram de tudo para estancar a hemorragia interna, mas a facada tinha perfurado o seu pulmão. Então, eles não conseguiram salvá–lo. A tristeza tomou conta na sala cirúrgica, quando João Pedro veio a falecer.

Só três horas depois da morte de João Pedro, é que a família conseguiu chegar ao hospital para visitá–lo.
Um dos médicos informou a eles, que ele tinha perdido muito sangue, e que a equipe médica tinha feito de tudo para salvá–lo.
A mãe desesperada, não aguentou a notícia da morte do filho e desmaiou.
O corre, corre dos médicos para tentar ajudá–la foi rápido. Logo que se recuperou,  ela não conseguia conter as lágrimas de tristeza que escorriam pelo seu rosto.

– Eu queria ter falado com o meu filho pela última vez – disse Sra Marcela em prantos.
– Eu também – falou Sr Fernando chorando.
Yasmim, ficou tão chocada com a morte do irmão que ficou em transe. Não conseguia falar e nem pensar.
Por um tempo, ainda sem se mover, ela continuou parada a observar o desespero dos seus pais.
Quando voltou a realidade, ela jurou que iria descobrir quem havia matado seu irmão.

Alguns meses se passaram desde a morte de João Pedro.  O ambiente alegre na sua casa,  já não era mais o mesmo.
Nunca mais, ela viu seus pais sorrirem.

Yasmim, começa então, a procurar os amigos que estavam no bar no dia em que o seu irmão foi morto. Quando ela os encontra, descobre que tinha sido o seu irmão  o responsável pela briga. Foi João Pedro que provocara o rapaz que o matou.

– Foi João Pedro que o provocou, Yasmim – disse um dos amigos.
– Como é o nome dele? – perguntou ela.
– Jorge. Esse é o nome dele.
– Onde ele está? – insistiu ela a perguntar.
– Nós não sabemos – disse Carlos.
– Mas o que aconteceu? – perguntou Yasmim novamente.
– João Pedro não tinha gostado do jeito que o Jorge estava tratando a garota e tentou defendê–la. Foi então, que ele deu uma facada no seu irmão.
João Pedro foi culpado.
Yasmim, não acreditou no que ele disse, e foi atrás de Jorge para saber se era verdade o que ele havia falado.
Ela o encontra escondido no porão de uma casa abandonada. Quando ela se aproxima dele enfurecida, imediatamente ele se ajoelha na sua frente e diz:
– Por favor, não me bate? Foi seu irmão que me provocou. Ele começou a me bater com muita força. Eu tive que me defender. Ele estava muito bêbado. Eu tentei  segurá–lo, mas ele não respondia.
– Não precisava matá–lo – disse Yasmim rangendo os dentes, segurando–o pelo pescoço.
Yasmim lutava muito bem, assim como seu irmão. Os dois tiveram que aprender a se defender, de alguns animais perigosos  que apareciam de vez em quando no lugar onde moravam.
– Me perdoe, por favor? – implorou o rapaz. – Eu não queria que ele tivesse morrido. Estou sendo sincero.

Yasmim, percebendo a sinceridade do rapaz, se comoveu. Ela sabia que João Pedro era bem mais forte do que Jorge.
Ela começa, então, a chorar desesperadamente na frente do rapaz.

Ela ainda não havia chorado a morte do seu irmão.  
Com dor no coração, ela decidiu não se vingar.  
Ela percebeu que o seu irmão fora o errado.
Por isso, ela pensou:
“Quanto mais eu tentei me convencer do contrário, mas a verdade aparecia.”



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